Embraer Ipanema Renato Spilimbergo Carvalho, GFDL 1.2, via Wikimedia Commons
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Air Tractor
Conheça a (quase) concorrente da Embraer na aviação agrícola
Por: Gabriela Ramos
Em 8/10/2021
AT-402B Divulgação/Air Tractor
Apesar do fato de que a grande soberania do Ipanema da Embraer na aviação agrícola não está nem de longe ameaçada, há um outro fabricante ganhando espaço no mercado brasileiro, a americana Air Tractor. A aeronave americana já possui pedidos em carteira para 2022.
A participação do Air Tractor nas lavouras brasileiras tem sido motivada em razão de sua grande capacidade de carga líquida, o que o torna uma boa opção para pulverizações aéreas de grandes áreas, como explica Luiz Fabiano Zucarelli Cunha, sócio-proprietário de uma das três agentes da Air Tractor na América do Sul, a Aeroglobo. Para este tipo de operação, o Ipanema pode não ser a melhor opção, já que precisaria de mais passagens sobre as plantações, o que aumentaria o custo do serviço. Enquanto isso, a vantagem do Ipanema seria o fato de ser movido a etanol, o que faz com que não esteja sujeito à volatilidade de alta do petróleo.
De acordo com estatísticas do Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), no ano de 2020 o Brasil contava com 2.352 aeronaves agrícolas registradas, o que representa uma alta de 3.16% em relação ao ano de 2019. E a previsão é que a alta continue, com um aumento entre 100 e 110 novas aeronaves, com um aumento de cerca de 4,5%. Ou seja, este parece ser um mercado promissor no Brasil.
O diretor da Aeroglobo afirma que não tem sentido as pressões da valorização do dólar e do combustível, que, contudo, têm trazido grandes problemas para a aviação em geral.
Thiago Magalhães, presidente do Sindag e proprietário da Tangará Aeroagrícola ressalta o custo-benefício do uso de aeronaves sobre o uso de tratores. De acordo com ele, uma máquina terceirizada custaria em média R$ 70 por hectare, enquanto uma aeronave terceirizada custaria RS 40.
De acordo com Cunha, as aeronaves da Air Tractor no geral vão de US$ 935 mil a mais de US$ 2 milhões, mas seu uso se paga. Por esta razão, é esperado um significativo crescimento do setor nos próximos dois anos se não ocorrerem drásticas mudanças no cenário político e fiscal.
Gabriela Ramos
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